O presidente interino encerrou um giro de 11 dias pela América do Sul para fortalecer laços políticos na luta pelo fim do regime comunista liderado por Nicolás Maduro.
Manifestantes saíram às ruas, nesta segunda-feira, dia 4, na Venezuela, atendendo à convocação do autodeclarado presidente interino Juan Guaidó, em protesto contra o governo do ditador Nicolás Maduro. Nas redes sociais, apoiadores de Guaidó postaram imagens das manifestações em diferentes cidades e na capital, Caracas. Milhares de pessoas saíram de casa para lutar pela volta da democracia.
Guaidó retornou à Venezuela, depois de 11 dias viajando pela América do Sul, e foi recepcionado por apoiadores que o carregaram e celebraram seu regresso. Havia temor sobre a volta dele ao país pelas ameaças de prisão e ações por parte de autoridades ligadas a Maduro. O interino fez discurso para os apoiadores e convocou-os para uma mobilização nacional no próximo sábado, dia 9.
RETORNO - Juan Guaidó retornou à Venezuela na manhã dessa segunda-feira, desembarcando no aeroporto internacional de Maiquetía, em Caracas. Foi recebido pela mãe, dona Norka Marquez, que lhe deu longo abraço (vídeo, abaixo), e se dirigiu à avenida principal Las Mercedes, onde milhares de pessoas o esperavam para ouvir seu discurso. Guaidó disse que era preciso continuar lutando para alcançar o fim da "usurpação", instalação de um governo transitório e convocação de eleições livres. "Não estamos só nesta luta. A Venezuela não está só. Sigamos!", disse sob aplausos, enquanto chamava o povo para as ruas em todo o país.
O autoproclamado presidente agradeceu aos embaixadores da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Peru, Equador, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, França, Países Baixos, Portugal e Romênia que "acompanharam nosso chegada a Venezuela em uma demonstração de firme compromisso do mundo com nossa democracia". Juan Guaidó retornava de um giro de 11 dias por países da América Latina.
No discurso e nas redes sociais, Guaidó convocou o país para mobilizar-se novamente no sábado, dia 9, afirmando que "todo o apoio recebido e o respaldo necessário no futuro dependem da presença popular nas ruas. "Vamos muy bien, Venezuela", disse o político, que também é presidente da Assembleia Nacional.
Algumas horas antes de desembarcar, Juan Guaidó mandou um recado à ditadura de Nicolás Maduro: "Se o usurpador e seus cúmplices se atreverem a tratar de deter-me, aviso que deixei um caminho claro, com instruções claras a serem seguidas por nossos aliados internacionais e irmãos do Parlamento".
Maduro nada fez contra Guaidó a quem considera "fugitivo", porque estava proibido de deixar a Venezuela, mas atravessou a fronteira para a Colômbia no dia 23 de fevereiro, quando o ditador não permitiu a entrada de comboios de caminhões carregados com ajuda humanitária para o povo faminto e doente.
QUEM É - Juan Gerardo Guaidó Márquez nasceu no dia 28 de julho de 1983, em La Guaira, capital do município de Vargas e do Estado de Vargas. Engenheiro industrial diplomado pela Universidade Católica Andrés Bello, de Caracás, é deputado nacional por Vargas desde 5 de janeiro de 2016, eleito pelo partido Vontade Popular (VP). No Parlamento, foi eleito presidente no dia 5 de janeiro de 2019.
No dia 28 de janeiro de 2019, autoproclamou-se presidente da Venezuela, com base no que determina a Constituição do país, depois que a Assembleia Nacional declarou o cargo vago, devido à reeleição ilegítima do ditador Nicolás Maduro. Controlada pelo comunismo, a Suprema Corte e a Justiça Eleitoral condenaram e prenderam adversários de Maduro e inabilitaram outros para a disputa eleitoral havida em maio de 2018.
A decisão da Assembleia Nacional de declarar vaga a Presidência da República e escolher Guaidó para o cargo, com o objetivo de reimplantar a democracia e convocar nova eleição presidencial, é apoiada por mais de 50 países, incluindo Grupo de Lima, Estados Unidos e países europeus, além da Organização dos Estados Americanos. Pesquisas indicam que o presidente interino tem o apoio de 70% da população.
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