Outro ponto que garantiu a vitória foi a abstenção de 13 deputados da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC). O grupo aceitou a medida diante da promessa de uma mesa de diálogo para discutir a situação do estado, que se digladiou nos últimos anos em torno de um movimento de separação reprimido pelo governo espanhol.
A margem foi apertada, com vitória da nova força política por 167 a 165, além de 18 abstenções. Na primeira votação, no domingo, o placar havia ficado em 166 a 165, o que inviabilizou a maioria absoluta da coalizão progressista. Uma deputada que se encontra doente compareceu à sessão na segunda votação e garantiu a vantagem necessária.
Pedro Sánchez | Foto: ABr |
O processo é resultado de um cenário de fragmentação. Desde 2011, nenhum país consegue a maioria absoluta sozinho. Agora, a Espanha tem 19 partidos. Além do Podemos, as eleições do ano passado marcaram também a ascensão da legenda de extrema-direita Vox, que obteve mais de 50 cadeiras no Parlamento espanhol.
Por meio de seu Twitter, Sánchez destacou a nova gestão. “Com o governo da Coalizão Progressistas, a Espanha abre um tempo para reivindicar o diálogo e a política útil. Um governo para todas e todos que amplie direitos, restaure a convivência e defenda a justiça social”.
Na sessão do Parlamento de eleição, o vice-presidente e líder do Podemos, Pablo Iglesias, reforçou o projeto do bloco. “Este governo vai defender as condições que fazem possível a liberdade de todos frente a essa direita autoritária e retrógrada. Porque não há liberdade se não se chega ao fim do mês”.
Também na sessão do Congresso, o líder do PP, Pablo Casado, disse que o partido fará uma “oposição firme e responsável” e que defenderá uma Espanha “que não aspire a sua fragmentação” e que “seja admirada em todo o mundo”. Ele exaltou a Constituição do país, em referência crítica à ação separatista dos catalães e à mesa de diálogo sinalizada pelo novo primeiro-ministro.
* Com informações da RTP – Agência pública de notícias de Portugal (CN com Abr.)
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