Alexandre de Moraes |
O documento foi apresentado pelo Presidente Nacional do PTB, Roberto Jefferson, e pelo Secretário Jurídico do partido, Luiz Gustavo Pereira da Cunha.
A denúncia elenca como justificativa que o ministro Moraes teria exercido atividade político-partidária investido em seu cargo no STF. Também, de que teria tido postura incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções.
Alexandre de Moraes é o ministro com maior número de pedidos de impeachment nos últimos dois anos. No total, foram 17 solicitações contra o responsável pela condução de inquéritos como das fake news (Inq 4.781) contra membros do STF, a suposta interferência do presidente da Polícia Federal (Inq 4.831) em atos antidemocráticos (Inq 4.828). O PTB é autor de um desses pedidos, apresentado em 2020, porém arquivado por David Alcolumbre.
Na denúncia, o partido afirma que o Ministro exerceu atividade político-partidária ao se encontrar em um jantar com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, representantes das casas na época. O encontro foi amplamente noticiado pela imprensa em 24 de agosto de 2020, e posteriormente confirmado pelos próprios, pois não constava da agenda pública de nenhuma das três autoridades públicas, todas integrantes da Cúpula do poder Legislativo e Judiciário.
A segunda parte da imputação trata dos inquéritos criados pelo então presidente do STF, Ministro Dias Toffoli, denominados de “Inquérito das Fake News” e “Inquérito dos Atos Antidemocráticos”. As referidas investigações foram criadas com objetivo genérico e abrangente, sem delimitar o seu campo de atuação. Também não especificam quais os crimes e quem os teria praticado, alegando, vagamente, que o objeto seria a criação e propagação de notícias falsas (fake news), crimes contra a honra (calúnia, difamação, injúria) e ameaças, tendo como supostas vítimas a Corte, os seus ministros e os seus familiares.
Por fim, a ação destaca o estranhamento com a maneira que foi designado a Moraes a incumbência do Inquérito pelo próprio presidente da Corte, não obedecendo ao sistema de distribuição via livre sorteio conforme funcionamento do Tribunal. Tal fato suscitou questionamentos de ministros do STF, de juristas e de toda a sociedade, já que viola, além de várias regras, a da transparência, do juiz natural e da vedação à existência de Tribunal de exceção.
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