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Marcos Do Val nega que Bolsonaro o tenha coagido a dar golpe

O senador Marcos Do Val desmentiu, em entrevista coletiva, em seu gabinete, nesta manhã de 2 de fevereiro, ter dito que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou coagi-lo a dar um golpe de Estado. Do Val disse que foi o ex-deputado Daniel Silveira quem tentou convencer a ele e a Bolsonaro a embarcar no que chamou de "ação esdrúxula".

“Saiu na imprensa que o presidente me coagiu. Não houve isso. O que ficou muito claro para mim era o Daniel tentando achar uma forma de não ser preso de novo. Ficou muito claro que ele estava num movimento de manipular e ter o presidente comprando a ideia dele, se um senador aceitasse a missão”, declarou o Marcos Do Val, que à noite passada admitiu abandonar a política.

Silveira foi preso na manhã desta quinta-feira, dia 2. Mas Do Val não livrou complemente o então presidente, afirmando que Bolsonaro não impediu o correligionário de levar adiante o plano. “Bolsonaro também não impediu o Daniel. Mas ficou claro que era o Daniel desesperado. O Daniel estava querendo manter o contato dele, querendo ser o chefe de gabinete do Magno Malta (novo senador), para ficar no Congresso e manter o network”, disse Do Val.

Entenda - Em entrevista concedida à revista Veja, publicada nesta quinta-feira, Do Val contou que foi convocado para reunião no Palácio da Alvorada. No encontro, teria sido discutida a possibilidade de um golpe de estado. A ideia era não desmobilizar os acampamentos bolsonaristas e gravar, sem autorização judicial,  alguma conversa que comprometesse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, na condução do processo eleitoral. 

Daniel Silveira teria convidado Do Val para usar um gravador escondido, conversar com Moraes e conduzir o diálogo de modo a levar o ministro a dizer que havia ultrapassado os limites legais. O senador disse que pediu um prazo para pensar, relatou o caso ao ministro e enviou mensagem a Daniel declinando da "missão". O então deputado respondeu que compreendia a decisão: "Ok. Eu entendo". 

Foto: reprodução