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Grêmio: por que os dirigentes não abrem a boca?

O Grêmio está chafurdado na lama do Z4, e é preciso falar a verdade. O Grêmio é muito grande para ser tratado com normalidade quando age de modo irreconhecível diante de situação gravíssima. E o que é tão grave? O Z4 é grave, mas não é sobre isso que desejo falar. É sobre algo ainda mais grave. É sobre a completa ausência, omissão, quase desleixo, que a direção mostra nessa hora terrível para o clube e para a torcida.

Cadê os dirigentes? Por que não falam sequer uma palavra? Parece que entregaram o comando técnico, a direção de futebol e a presidência para o Renato. Foi a triste impressão que passaram Antônio Brum e Alberto Guerra após o fiasco no Alfredo Jacôni. Enquanto Renato falava sobre o Grêmio - e não a respeito do desastroso desempenho do time, que é o que lhe cabe comentar -, os dirigentes estava em um canto da sala, escorados numa parede, ouvindo Renato.

Não é esse o papel do dirigente nesse momento de grave crise do time e consequentemente do clube. Não foram eleitos para se esconder atrás da figura do técnico. Por que não têm boca para nada? A torcida tem o direito de pensar que pode ser porque deveriam demitir o técnico e não demitem. Porque prometeram contratações e até agora não se sabe de nenhuma, e a janela abre dia 14. Por que o silêncio? Permitem pensar que seja porque o Grêmio não tem centroavante, nem titular nem reserva. Porque o time é uma bagunça dentro de campo, com rodízio de goleiros, defesa não se comunicando com meio-campo e este não se entendendo com ataque. Por que o silêncio? Autoriza pensar que seja porque não há jogadas ensaiadas, não há transição, não há nada.

Por que a direção não abre a boca? Assim, permite pensar que seja porque o técnico é uma estátua e assusta quem não tem coragem. Porque a defesa é formada por ídolos do passado. Geromel joga meia partida sim e outra não. Kannemann não aguenta duas seguidas. Reinaldo é uma avenida bem pavimentada e ótima para o adversário transitar. O meio-campo troteia, enquanto os adversários correm. Os extremas só recebem bolas alçadas e, quando conseguem sucesso, não têm a quem servir. Por que o silêncio? Certamente não é porque o Grêmio tomou um baile do Abel Ferreira e agora do Róger Machado. Não é. Acredito que não seja. Expliquem por que a direção não tem boca para nada.

Foto: Foto: Divulgação
Todos escondidos atrás da figura do ténico?